terça-feira, 23 de junho de 2009







Gestudas e Gestudos em ação

Memorial

A minha vida escolar foi um desafio, comecei estudar com 6 anos, meu irmão mais velho não queria ir para escola sozinho, então meu pai fez minha matricula para irmos juntos mas eu não conseguia acompanhar a turma, devido a minha idade, o professor não me dava muita atenção e dizia que eu poderia repetir o ano, porque eu nem estava em idade escolar, no final do ano e claro eu reprovei então começou o meu trauma que não ia aprender a ler, fiz mais ano naquela escola com o mesmo professor passei de ano, não aprendi a ler foi então que meu pai decidiu a fazer minha matricula em outra escola que não era um professor por turma, este ano foi terrível pelo menos no início, como eu era uma das únicas alunas que não sabia ler a professora me marcou bastante e todo o dia ela achava um motivo para brigar comigo até que um dia eu tinha que ler um texto para ela, estava doente havia desmaiado antes de sair de casa não queria ir para aula e meu pai me obrigou, cheguei atrasada, quando ela me viu nem bem sentei na carteira ela veio em minha direção e disse : - Hoje você vai ler senão não eu não sei o que eu faço contigo, foi então o momento mais terrível, eu não reconhecia nenhuma letra nem sílabas e ela ficou furiosa e começou me puxar meus cabelos e bater minha cabeça na carteira, a sala toda ficou num silêncio total, quando ela percebeu que eu estava quase sem choro ela parou e me disse: vê se de agora em diante aprende ler, então foi o momento que eu sai da sala e fui pedir para o diretor para ir embora, não contei nada a ele do ocorrido pois estava com muito medo dela, ele viu o meu estado falei que estava doente, ele me dispensou, fui para casa contei para meu pai e ele foi até a escola falar com ela e com a direção, daquele dia em diante ela começou me tratar diferente, foi onde consegui aprender a ler, ainda com bastante dificuldade daí em diante foi realmente um desafio, nas séries seguintes sempre que um professor pedia para ler em voz alta me dava tremor, sentia náuseas, tinha muito medo de errar, sempre tinha impressão que alguém ia me bater ou rir de mim, então foi onde comecei a ler muito, também em voz alta, decidi então fazer a faculdade de letras a qual hoje me sinto realizada., sou uma grande incentivadora de leitura na escola e desenvolvo vários projetos referentes a leituras.


Professora Neide T.R.Bosse
E.E.B.Luiz Davet.
Minha trajetória no processo de alfabetização e letramento

Por: Juliete Alves dos Santos Linkowski

Minhas melhores memórias são da 1ª infância. Lembro com saudade dos meus 4 anos de idade, quando tive meu primeiro contato real com o mundo das letras. Meus pais foram minhas principais influências.
Fui alfabetizada antes de completar 5 anos e devido a isso comecei a frequentar a escola, apenas como uma experiência após ter sido aprovada num teste que exigia conhecimento das vogais e de algumas formas geométricas. Lembro que havia duas turmas: A (forte) e B (fraca). Deveria frequentar a turma A, mas gostei muito da professora Marilda, da turma B, ela era muito carinhosa na maneira de se relacionar com os alunos, e isso jamais vou esquecer. Então fiquei todo o ano na turma B, o que pra mim foi maravilhoso.
Na medida em que o tempo foi passando também crescia meu interesse pela leitura e pela escrita, tanto que quando chegava em casa queria dividir meu entusiasmo com a família toda. À noite, eu, minhas irmãs e meu irmão costumávamos fazer leituras antes de dormir. O quarto era grande e todas as camas puderam ser colocadas uma ao lado da outra, o que facilitava as nossas leituras. Lembro que eu lia fábulas, minhas irmãs alguns contos e meu irmão sempre preferia o Gibis.
No período da 5ª a 8ª série tive uma experiência difícil, mudança de escola, muitos professores, e ainda no período de férias a escola teve de repor aulas devido a uma greve dos professores. Meus pais viajaram e fiquei na casa da minha tia, várias vezes pedia para faltar a aula, mesmo porque não havia muito incentivo à leitura, raras vezes os professores comentavam sobre livros na sala de aula.
Já no Ensino Médio tive meu primeiro contato com a literatura, então me apaixonei, li muitos clássicos, adorava as aulas de Língua Portuguesa, mesmo nos finais de semana, enquanto minha irmã lavava roupa eu ficava lá na lavanderia lendo em voz alta para ela, minha irmã lia muito mais que eu, mas eram literaturas diferentes.
E aí quando decidi fazer o curso de Letras, tinha plena certeza de que me realizaria como profissional nessa área, e minhas expectativas com relação às aulas de literatura eram as melhores. Desde o primeiro dia de aula fiquei encantada com a forma que a professora Sandra conduziu sua aula, e aí não tive dúvida: esse universo era muito mais surpreendente do eu imaginava.
A partir daí comecei a ler o mundo, a compreender muitas coisas implícitas e perceber que nosso conhecimento é do tamanho do nosso interesse. Tive sim algumas decepções como o resultado da prova de mestrado.Depois de ter lido muitos livros, fiz a primeira etapa, fui aprovada, fiz a segunda também fui aprovada, mas quando chegou o momento de apresentar meu projeto para a Banca, percebi que me faltava muito mais conhecimento sobre a Educação. Mesmo não tendo sido aprovada sei que essa experiência só me fez crescer como profissional. Não desisti, ao contrário, hoje faço curso de formação continuada e muitas leituras para cada vez me aperfeiçoar melhor. Estou num processo contínuo de letramento.
Lembranças Ficaram

Faço uma busca em minha memória e lá estão guardadas algumas lembranças, marcas que ficaram de minhas experiências com o processo de leitura e escrita e uma das mais significativas foi de 1ª a 4ª série do ensino fundamental. Escola Isolada, um único professor para quatro séries e o meu primeiro e inesquecível professor Jorge Fersch Neto fazia verdadeiros milagres para a época. Entre leituras e histórias contadas por ele, lembro-me como se fosse hoje como ele contou, a partir de ilustrações a história “O Velho, o menino e o burro”. Neste período tem a presença do meu pai que recitava versos e trovas.
Imagem ainda viva, na escola onde estudei de 5ª a 8ª série, era uma estante de livros na sala dos professores. Tinha muita curiosidade em saber o que havia naqueles livros, porém, nunca pude vê-los. Nesta fase lia muitas revistas e principalmente gibis. Esta era uma leitura feita através da troca e empréstimos entre colegas, sem nenhuma interferência ou incentivo de professor ou escola. Li muitas vezes dois livros que eram da minha irmã e que nunca esqueci “A Moreninha” e “O Caso da Mula-sem-cabeça”. Professor marcante desta etapa foi o professor de inglês na 5ª e 6ª série, Luís Fernando Arving. Adorava as aulas dele, eram diferentes das demais.
Segundo grau, cidade e escola nova, e por incrível que pareça sem nenhuma experiência a relatar sobre leitura e escrita e o que mais me marcou foram as aula de Química da professora Marli Laureano Leme.
Faculdade de Letras (Português/Inglês). Passei por ela e nada de diferente. Talvez eu tenha sido muito imatura. Sem comentários.
Anos depois, desta vez habilitação em Espanhol. Adorava as análises literárias que eram feitas nas aulas de literatura da professora Simone Moraes Stange.
A Pós Graduação foi excelente. Identifiquei-me com as aulas do professor Durvali Emilio Fregonezi e da professora Sandra Regina de Moura Konel e suas aulas de Literatura Infanto Juvenil.
Sou uma apaixonada por livros e literatura.
Terezinha Gelchaki
GESTAR II

Um livro em minha vida

Meu encontro e encanto com a leitura aconteceu ainda na minha infância. Apesar de não ter muitas lembranças do meu curso primário, nessa época tive contato principalmente com a leitura de gibis, o que na infância é um grande divertimento, como também, começa a aguçar a vontade de ler e começa a formar um leitor. Pois foi a partir deles que se inciou meu interesse pela leitura.

Já no Ensino Fundamental, o contato com outros tipos de leitura aumentou, nesta época li muito a Coleção Vagalume, a qual adorava, entre outros, muitos outros livros e gêneros... nesta fase escolar, lembro-me também que fui muito incentiva neste aspecto.

A partir do Ensino Médio, meu gosto pela leitura aflorou, meu encanto e vontade de ler aumentaram cada vez mais, principalmente pelos clássicos da literatura Brasileira, nesta época, passava tardes em companhia de um bom livro, era o que mais gostava de fazer. Acredito que foi neste período que pude dedicar-me mais à leitura e também no qual pude tirar mais proveito dela.

Após o término dos meus estudos básicos, não deixei os livros de lado, mas sim, aproveitava todo o tempo disponível para desfrutar de uma boa leitura, por ter desenvolvido esse gosto e interesse pela literatura, acabei por prestar vestibular para Letras e iniciar o curso superior, do qual tenho muito orgulho e só fez aumentar o meu interesse principalmente pela literatura.

Minha viagem pelos livros fez com que descobrisse grandes obras e autores, como também me fez crescer muito como leitora e como pessoa, fazendo com que minha visão mudasse, ficando , acredito eu, mais desemvolvida e dando-me a certeza de que quanto mais se lê, mais o indivíduo cresce e precisa estar em constante aperfeiçoamento.

Com a experiência de leitura que ainda estou construindo, posso afirmar que um leitor assíduo consequentemente torna-se um leitor melhor e mais crítico.

Vanessa R. K. Bachmann
Gestar II